Segunda lei da Termodinâmica
Máquinas térmicas
Máquina térmica pode ser qualquer dispositivo capaz de transformar a energia interna de um combustível em energia mecânica.
Também pode ser definida como o dispositivo capaz de transformar parte de calor em trabalho.
Observe esse exemplo: o motor de um carro é a fonte quente, local onde ocorre a queima do combustível, que fornece o calor que é resultante da explosão dos gases do combustível.
Dessa fonte térmica é retirada, a cada ciclo, uma quantidade de calor. (1)
Parte deste calor é convertida em trabalho mecânico útil (energia útil), fazendo o carro se mover.
A outra parte do calor que não é aproveitada é rejeitada para a atmosfera (meio ambiente), fonte fria, por meio do escapamento. (2)
Ocorre conservação de energia no motor de um carro pois a mistura gasosa, que realiza trabalho, é eliminada pelo escapamento com temperatura maior do que antes da explosão, logo parte do calor de combustão é transformada em energia interna dos gases, além da troca de calor que ocorre entre a carcaça do motor e o ambiente.
Portanto, a parte restante do calor de combustão é devida a energia de movimento do pistão, ou seja, realização de trabalho.
Então, os motores de combustão interna também obedecem a Primeira Lei da termodinâmica, ou seja ΔU = Q – W.
Ciclo em termodinâmica
Em termodinâmica, ciclo é definido como uma série de transformações termodinâmicas sucessivas e organizadas tais que, ao transcurso de todas elas, o sistema regresse a seu estado inicial; ou seja, que a variação das grandezas termodinâmicas próprias do sistema seja nula.
Um fato característico dos ciclos termodinâmicos é a aplicação da lei da conservação de energia: a soma de calor e trabalho recebidos pelo sistema deve ser igual à soma de calor e trabalho realizados pelo sistema.
Transformações reversíveis e irreversíveis
Transformações reversíveis
Fontes de energia renováveis são aquelas que se renovam continuamente na Natureza, sendo, por isso inesgotáveis.
Isso ocorre geralmente em transformações mecânicas sem atrito.
Considere o bloco da figura sendo abandonado do repouso no ponto A.
Se você desprezar todos os atritos ele se deslocará até o ponto B, atingindo o repouso na mesma altura que a do ponto A, retornará a A e ficará oscilando entre A e B, pois não existe atrito.
Observe que no deslocamento entre A e B e o retorno entre B e A, a transformação produzida não teve nenhuma influência do meio exterior (corpos circundantes) e, assim, ela é uma transformação reversível.
Transformações irreversíveis
Nesse caso, essa é uma transformação irreversível, onde sua inversa só pode ocorrer com influência do meio externo ou de corpos circundantes, que devem fornecer energia ao corpo para que ele retorne à posição inicial (ponto A).
Fontes de energia não renováveis são aquelas cujas reservas se esgotam, pois o seu processo de formação é muito lento comparado com o ritmo de consumo que o ser humano faz delas.
Na realidade, na natureza todas as transformações espontâneas são irreversíveis. No exemplo acima é muito improvável que você elimine totalmente o atrito e, devido ao choque com as moléculas de ar e outros atritos, o bloco, depois de certo tempo irá parar.
A energia do bloco se converteu em energia térmica. O contrário não ocorre, ou seja, é impossível na natureza, que as moléculas se reorganizem e empurrem o bloco fazendo-o retornar à posição inicial. É por esse motivo que surgiu o Princípio da Degradação da Energia que afirma que é impossível converter totalmente calor em trabalho.
As transformações não alteram a quantidade de energia do Universo. Embora permaneça inalterada, em cada transformação, a parcela da energia disponível torna-se cada vez menor.
Na maioria das transformações parte da energia converte em calor, que ao se dissipar caoticamente pela vizinhança torna-se, cada vez menos disponível, para realização de trabalho.
A energia total do Universo não muda, mas a parcela disponível para realização de trabalho, torna-se cada vez menor.
Entropia
Em termos de termodinâmica, entropia é a medida de desordem das partículas em um sistema físico.
Maior temperatura, maior movimento vibratório das partículas, maior desordem e consequentemente maior entropia.
Menor temperatura, menor movimento vibratório das partículas, menor desordem e
consequentemente menor entropia.
As entropias são espontâneas, isso quer dizer que seguem princípios da natureza, sendo irreversíveis.
Por exemplo, quando um prato cai no chão e quebra, o resultado da desorganização gerada é a entropia deste ato, no entanto, seria impossível refazer o prato, sendo impossível retroceder a entropia.
Mais considerações sobre a entropia
A entropia pode ser considerada como o nível de desorganização de um sistema.
Exemplo: Escreva os números de 0 a 9 em pedaços de papéis (sistema), deixe-os ordenados em sua mão e em seguida jogue-os para cima deixando-os cair na mesa.
Você observará que todas foram espalhadas de maneira desordenada na mesa.
A medida quantitativa da desordem desse sistema (os 10 números) corresponde à entropia.
Quanto maior o grau de desorganização do sistema, maior a entropia.
Espontaneamente você verá que jamais os números voltarão de maneira ordenada à sua mão, a não ser que você os pegue e os ordene, mas aí, o processo não será mais espontâneo, pois será realizado um trabalho para que isso ocorra.
Quando um motor, por exemplo, de um carro estiver funcionando (energia útil), parte da energia recebida é dissipada por atritos e essa energia dissipada é a entropia e você nunca mais conseguirá reutiliza-la pelo processo inverso.
A degradação natural da energia também é uma evolução para a desordem.
As energias ordenadas (mecânica, elétrica, química) tendem a se converter na energia desordenada de agitação térmica (calor) que não pode retornar a ser ordenada e vai aumentando cada vez mais.
O Segundo Princípio da Termodinâmica diz precisamente isso, que um sistema isolado tende a evoluir no sentido de aumentar a entropia. Por isso que a entropia do universo aumenta continuamente, pois os acontecimentos inversos não acontecem.
Quanto maior a temperatura de uma substância, maior o movimento das suas partículas, mais desorganizada ela está e, portanto, maior a sua entropia, assim, à temperatura de zero absoluto (0K ou – 273o C) quando todas as vibrações atômicas e movimento param, a entropia é nula, porque não há movimento desordenado.
Segundo Princípio da Termodinâmica
Pode-se definir o Segundo Princípio da Termodinâmica da seguinte maneira: “É impossível obter uma máquina térmica que, operando em ciclos, seja capaz de transformar totalmente o calor por ela recebido em trabalho”
É impossível transformar calor de uma fonte quente (Qq) em energia útil (trabalho W) sem que ocorra perdas para a fonte fria Qf).
Você pode reduzir essas perdas, por exemplo, diminuindo os atritos, mas nunca eliminá-las totalmente.
Rendimento de uma máquina térmica
Uma máquina térmica é um dispositivo constituído por dois reservatórios (figura).
O calor flui do reservatório à temperatura elevada (fonte quente) para o reservatório à temperatura mais baixa (fonte fria), obedecendo à Segunda Lei da termodinâmica e transformado parte do calor que sai da fonte quente em trabalho.
Se você conhecer o quanto de trabalho (W) a máquina térmica produz e o quanto de calor (Q) foi fornecido pela fonte quente, você pode calcular o rendimento (η) de uma máquina térmica.
Rendimento (η) de uma máquina térmica
Uma máquina térmica é um dispositivo constituído por dois reservatórios (figura).
O calor flui do reservatório à temperatura elevada (fonte quente) para o reservatório à temperatura mais baixa (fonte fria), obedecendo à Segunda Lei da termodinâmica e transformado parte do calor que sai da fonte quente em trabalho.
Se você conhecer o quanto de trabalho (W) a máquina térmica produz e o quanto de calor (Q) foi fornecido pela fonte quente, você pode calcular o rendimento (η) de uma máquina térmica.
Rendimento (η) de uma máquina térmica
Observe nessas expressões que a sua eficiência (rendimento) é sempre menor do que 1 (100%).
Lembre-se de que a utilização do módulo de Q é necessária em função da Primeira lei e de que
se o sistema recebe calor, a quantidade de calor é positiva e se o sistema cede calor, a quantidade de calor é negativa.
Ciclo de Carnot
Carnot estabeleceu que: Se uma máquina térmica operar em ciclos entre duas fontes térmicas, uma quente e outra fria, ela deve
retirar calor (Q) da fonte quente, convertê-lo parcialmente em trabalho (W) e o restante (Qr) rejeitar para a fonte fria.
Exemplo: o motor de um carro é a fonte quente, local onde ocorre a queima do combustível, que fornece o calor. Dessa fonte térmica é retirada, a cada ciclo, uma quantidade de calor.
Parte deste calor é convertida em trabalho mecânico útil (energia útil), fazendo o carro se mover. A outra parte do calor que não é aproveitada é rejeitada para a atmosfera, fonte fria, por meio do escapamento.
Sequência do ciclo de Carnot
Como o rendimento de uma máquina térmica é sempre menor que 1 (η =
O ciclo no qual isso ocorre é denominado ciclo de Carnot e a máquina que opera segundo esse ciclo é chamada máquina de Carnot.
Por ser ideal e imaginária, a máquina proposta por Carnot não contraria a segunda lei da Termodinâmica.
Sequência do ciclo de Carnot cuja máquina térmica que o realiza é denominada máquina de Carnot:
Fórmulas do rendimento de uma máquina de Carnot
Carnot demonstrou que o rendimento (η) de uma máquina térmica depende somente das temperaturas entre as quais ela trabalha ou que, no ciclo de Carnot, o rendimento é função exclusiva das temperaturas absolutas das fontes fria e quente e não depende da substância que faz a máquina térmica funcionar.
Carnot demonstrou que:
Máquinas frigoríficas
Máquinas frigoríficas são dispositivos que, durante seu funcionamento, efetuam a transformação trabalho em calor.
Os refrigeradores são máquinas frigoríficas que, ao funcionarem, transferem calor de um sistema em menor temperatura (congelador) para o meio exterior, que se encontra a uma temperatura mais alta.
As máquinas frigoríficas não contrariam o enunciado da segunda lei da Termodinâmica, que a referida passagem não é espontânea, ocorrendo à custa de um trabalho externo.
No refrigerador das geladeiras comuns existe um líquido refrigerante (freon, tetrafluoretano, etc,), que, ao sofrer expansão passa do estado líquido ao estado gasoso, que abaixa a temperatura na serpentina interna (congelador).
Esse líquido refrigerante absorve calor do congelador e, através de um mecanismo ele é forçado a entrar no condensador, onde é comprimido até se liquefazer e nessa liquefação cede calor ao ambiente através da serpentina externa. Esse processo se repete ciclicamente.
Eficiência de uma máquina frigorífica
A eficiência (e) de uma máquina frigorífica é expressa pela relação entre a quantidade de calor retirada da fonte fria (Q2) e o trabalho externo (W) envolvido nessa transferência.
O que você deve saber, informações e dicas
Máquina térmica
Sequência do ciclo de Carnot cuja máquina térmica que o realiza é denominada máquina de Carnot:
Rendimento de uma máquina térmica de Carnot:
Quanto maior a temperatura de uma substância, maior o movimento das suas partículas, mais desorganizada ela está e, portanto, maior a sua entropia, assim, à temperatura de zero absoluto (0K ou -273oC) quando todas as vibrações atômicas e movimento param, a entropia é nula, porque não há movimento desordenado.
Máquinas frigoríficas são dispositivos que, durante seu funcionamento, efetuam a transformação trabalho em calor.
Os refrigeradores são máquinas frigoríficas que, ao funcionarem, transferem calor de um sistema em menor temperatura (congelador) para o meio exterior, que se encontra a uma temperatura mais alta.
De acordo com a segunda lei da Termodinâmica, a entropia do Universo tende a aumentar com o tempo.
Eficiência de uma máquina frigorífica
A eficiência (e) de uma máquina frigorífica é expressa pela relação entre a quantidade de calor retirada da fonte fria (Q2) e o trabalho externo (W) envolvido nessa transferência.
Analizar atentamente cada sequência do ciclo de Carnot na teoria acima.
Observe atentamente o processo físico representado na sequência de figuras a seguir.
Considere, para efeito de análise, que a casinha e a bomba constituem um sistema físico fechado.
Note que tal processo é iniciado na figura 1 e é concluído na figura 3.
Pode-se afirmar que, no final dessa sequência, a ordem do sistema é maior que no início e, portanto, durante o processo representado, a entropia do sistema diminui.
Como a entropia refere-se à desordem do sistema, a entropia diminui. Essa situação é impossível, pois a entropia deve sempre ser positiva, maior que zero e sempre aumentar.
Confira os exercícios com resolução comentada