Resolução comentada das questões de Física da AFA – 2017/2018
Resolução comentada das questões de Física da
AFA – 2017/2018
01 – Na resolução desse exercício não são necessários cálculos, basta fazer uma observação bem detalhada do gráfico fornecido e das alternativas.
Observe que no período de 4 a 5 segundos a partícula se encontra com velocidade zero (parado), ou seja, nesse intervalo de tempo o seu deslocamento deve ser zero também.
O único gráfico que apresenta essa característica é da alternativa D.
Se quiser aprofundar mais:
Entre 0 e 1s a velocidade é negativa e ele se move contra os marcos crescentes da trajetória S e , após 1s o movimento fica progressivo (a favor dos marcos crescentes da trajetória S).
Isso significa que nesse instante (t = 1 s) ele para (V=0) para poder inverter o sentido de seu movimento.
Entre 2 s e 3 s a velocidade é constante de valor V fazendo com que ele percorra espaços iguais em tempos iguais e o gráfico Sxt é uma reta inclinada.
R- D
02 – Para resolver esse exercício precisamos estuda-lo em partes.
Vamos começar pelo movimento de A até B. Sabendo que não há atrito em todo esse percurso, então podemos admitir que a energia potencial inicial deve ser igual a energia cinética no final do percurso:
Igualando essas duas expressões temos que:
=
Cortando a massa e isolando a velocidade, ela será importante para o cálculo do caminho em B até C:
=
Extraindo a raiz quadrada:
Como a partícula está se deslocando para frente no sentido positivo de x, apenas consideramos o sinal positivo.
Aproveitando essa velocidade, vamos calcular o movimento de descida da partícula, ou seja, de B até x. Como se trata de um lançamento oblíquo, precisamos dividi-lo em dois, a parte em X e a parte em Y.
A velocidade acima está calculada em X, então vamos começar por ela, lembrando que em X o movimento deve ser estudado como um movimento uniforme, pois não há a aceleração da gravidade:
Tal que:
S é o deslocamento final S0 é o deslocamento inicial V é a velocidade t é o tempo.
Para ficar mais simples vamos alterar S por Bx, já que é o movimento de B até x (o chão).
S0 será igual a zero, pois é o início do movimento. V = Vb, já havíamos calculado anteriormente.
E o tempo t é o mesmo independente do eixo X ou Y. Nossa equação fica Bx = Vb.t, veja figura.
Para descobrirmos esse tempo agora precisamos calcular o movimento em Y. Que se trata de uma queda livre, pois não temos velocidade inicial na direção de Y, só em X:
Utilizando a equação da altura, mas modificando h por y, porque h já está sendo utilizado, temos:
y =
Onde y é a altura que que queremos calcular, mas observe que ela é igual a 3h g é a aceleração da gravidade t é o tempo.
Agora vamos considerar o movimento de x até C. É importante observar que como a partícula perde metade da sua energia mecânica precisamos calcular a altura que ela atinge após essa perda (y’). Passando para a equação:
Emf =
Onde:
Emf é a energia mecânica final (energia após o choque)
Emi é a energia mecânica inicial (energia antes do choque)
Vamos começar pela energia mecânica inicial. Basicamente é a energia potencial que calculamos no início, porém ela é somada com a da queda de B até x:
Vamos voltar nessa equação futuramente, quando calcularmos a velocidade em C, que vamos descobrir no próximo passo.
É necessário considerar o movimento de C até D.
Nós sabemos que nessa parte há atrito, o que é responsável por parar a bolinha e vamos utilizar essa informação para acharmos a velocidade. Para isso precisamos considerar o teorema da variação da energia cinética:
Ou seja, o trabalho do atrito deve ser igual a variação de energia cinética, mas observe que o móvel para, ou seja, a energia cinética final (energia cinética em D) é zero, sobrando apenas:
Wat = ECc
Onde:
Wat é o trabalho realizado pelo atrito
ECc é a energia cinética em C
Por definição:
Ou seja:
Wat = Fat.d (nesse caso a força e o deslocamento formam um ângulo de 0 graus, portanto o coso = 1)
Sendo:
Wat é o trabalho realizado pelo atrito
Fat é a força de atrito
d é o deslocamento, é a distância de C até D = 3h
Como o exercício forneceu o coeficiente de atrito, então precisamos dessa força:
Ou seja:
Fat =
Onde:
Fat é a força de atrito
é o coeficiente de atrito
N é a força normal
Substituindo no trabalho:
Novamente só consideramos a velocidade positiva. Sabendo desse valor podemos calcular a velocidade em X:
Agora que sabemos a velocidade em C, podemos retornar à fórmula a seguir:
m.g.y’+ =
Substituindo:
m.g.y’+ =
Cortando a massa e a aceleração da gravidade:
y’+ =
Isolando o y’:
y’ = –
Calculando:
y’ =
Agora que encontramos a altura, podemos calcular o movimento de x até C. Começando considerando o movimento no eixo y:
y’ =
A fórmula é a mesma, porém seus valores não. O Y’ agora é h/2. Como esse é outro movimento então teremos também um novo t, vamos chamar de t’:
=
Novamente vamos isolar o tempo:
t’² =
Tirando a raiz:
Agora calculando o movimento no eixo x:
Nesse caso é o deslocamento de x até C, como no caso anterior vamos chamar de Cx. O deslocamento inicial novamente é zero. V = Vc e t chamamos de t’:
Cx = Vc.t’
R- C
03 – Para resolver esse exercício é preciso estudar ambos os casos. O caso da curva sem downforce e com downforce .
Sem downforce
Observe as forças na figura abaixo:
Para o caso realizar a curva com máxima velocidade e sem derrapar, a sua força centrípeta deve ser igual à força de atrito entre os pneus e a pista:
Para a força centrípeta:
Sendo:
Fc é a intensidade da força resultante centrípeta m é a massa VC é a intensidade da velocidade r é o raio da circunferência.
Já para a força de atrito:
Fat é a intensidade da força de atrito é o coeficiente de atrito de escorregamento entre os pneus e o solo N é a intensidade da força normal
Substituindo as equações:
Velocidade com downforce
Pelo enunciado o downforce é inverso à sustentação, então é uma força que aponta na direção da
força normal, ou seja, elas são somadas.
Sendo assim, para calcular a velocidade com Downforce, a força vertical e para cima tem agora intensidade (N + D) :
Agora fazendo V’/V:
R- B
04 –Todos exercícios com colisões (choques) envolvem na resolução o conhecimento da teoria sobre quantidade de movimento e sua conservação. Como sabemos, em todo sistema conservativo a quantidade de movimento inicial deve ser igual a quantidade de movimento final Qi = Qf.
Expressão da intensidade da quantidade de movimento Q = m.V, sendo que: Q é a quantidade de movimento m é a massa V é a velocidade.
Sabendo disso, precisamos analisar o exercício. Nele, inicialmente, temos uma massa maior M que se movimenta com velocidade V e n massas menores que se movimentam com velocidade v = -20 m/s, essa velocidade negativa se dá pelo fato de que esses blocos menores se movimentam na direção contrária do maior e se adotarmos a velocidade do maior como positiva, a dos menores deve ser negativa.
Lembrando que a quantidade de movimento inicial é a soma da quantidade de movimento de todos os movimentos que ocorrem inicialmente, então temos o movimento do único bloco grande somado com o movimento dos n blocos pequenos.
Sendo assim a quantidade de movimento total inicial fica:
Qi = M.V – n.m.v
Sendo que: M é a massa do maior V é a velocidade do bloco maior n é o número de blocos menores m é a massa dos blocos menores v é a velocidade dos blocos menores.
Substituindo:
Qi = 10.V + n.1.(-20) = 10.V – 20.n
Agora precisamos pensar no caso final. Como o exercício nos informou, são choques inelásticos:
Choque inelástico
Neste tipo de choque a dissipação de energia é máxima, o coeficiente de restituição é nulo, e, após o choque, os corpos obrigatoriamente se juntam e se movem unidos com a mesma velocidade.
Lembre-se de que em qualquer tipo de choque a quantidade de movimento sempre se conserva.
Ou seja. A velocidade final de todos os blocos será a mesma e suas massas serão somadas, ficando assim:
Qf = (M + n.m).Vf
Vf é a velocidade final (mesma para todos os blocos).
Substituindo:
Qf = (10 + 1.n).Vf
Igualando as quantidades de movimento inicial com a final:
10.V – 20.n = (10 + 1.n).Vf
Observe que ainda não descobrimos a velocidade inicial do bloco maior. Mas ele nos dá formas de encontrar:
O gráfico fornece o caso onde temos uma velocidade final de 40 m/s com um número de 10 caixas, se substituirmos esses valores na equação anterior, conseguimos encontrar a velocidade inicial:
Agora que sabemos a velocidade inicial, podemos encontrar o número de caixas quando a velocidade final é nula (Vf =0).
10.V – 20.n = (10 + 1.n).Vf
Substituindo:
10.100 – 20.n = 0 (Vf = 0)
Calculando:
N = 50 caixas
R- B
05 – Para esse exercício precisamos considerar a força de empuxo de definição:
Enunciado do princípio de Arquimedes
“Todo corpo total ou parcialmente mergulhado num líquido em equilíbrio, recebe uma força dedireção vertical e sentido para cima denominada de Empuxo, cuja intensidade é igual ao peso do volume de líquido deslocado“
Expressão matemática do empuxo
Em casos aonde há equilíbrio o peso tem a mesma intensidade que a força de empuxo, ou seja, a leitura da balança será alterada conforme o empuxo se altera.
Recipiente com “ladrão”
Pelo Teorema de Arquimedes o empuxo depende do peso do volume de líquido deslocado, mas para o recipiente com o “ladrão” todo o volume que seria deslocado passa para o recipiente C, então
o recipiente II mantém o mesmo volume e, consequentemente a mesma altura h sendo sua leitura constante com a imersão do cilindro metálico.
O gráfico de LII será uma reta paralela ao eixo h.
Recipiente sem “ladrão”
Haverá um aumento na leitura da balança fornecendo uma nova indicação LI, tal que:
LI = Li + E
Sendo que: LI é a leitura final da balança 1 Li é a leitura inicial E é o empuxo
Nesse recipiente o empuxo é dado por:
E = dl.Vl.g
À medida que o cilindro for penetrando no líquido ocorrerá um acréscimo de volume de líquido provocando aumento do empuxo (peso do volume de líquido deslocado) fazendo com que a altura aumente e, assim aumentando a indicação da balança II.
Esse aumento de volume V’ com altura h’ seria o volume de um cilindro fornecido por:
Substituindo na fórmula da leitura:
LI = Li + dl.A.h’.g
Bom, nós temos a altura h’ e sua relação com a leitura LI é linear, sendo o gráfico uma reta inclinada.
R- A
.
06 – Nesse exercício observe que em ambos os tubos as alturas finais dilatam nas mesmas proporções. O primeiro é esfriado em 35° Celsius e sua altura diminui 2,1 cm, enquanto que o outro é aquecido 35° e sua altura aumenta 2,1 cm. Sabendo disso podemos calcular a dilatação em qualquer tubo utilizando a fórmula abaixo:
Vamos utilizar o mesmo raciocínio do anterior em relação ao volume:
Substituindo os valores e cortando A:
Y = 0,0012
Y = 1,2.10-3 ºC-1 (alternativa a)
07 –
Energia interna de um gás perfeito
A energia interna (U) de um gás perfeito monoatômico corresponde à soma das energias cinéticas médias (Ec) de todas as suas moléculas e, pela lei de Joule é fornecida por:
A energia interna de certa massa de um gás perfeito é função exclusiva da temperatura T desse gás
A variação de energia interna não varia com o processo, ou seja, ela só depende dos estados inicial (X) e final (Y).
Já que em ambos os processos o início (x) e fim (y) são iguais, então a variação de energia interna para cada um é a mesma (mesma Tx e mesma Ty).
R- B
08 – As equações de movimento harmônico servem apenas para fornecer os valores que localizam objeto (y) e imagem (y’) sobre o eixo principal.
y = 0,1 e y’ = -0,5
Observe a ilustração abaixo:
y é o tamanho (altura) do objeto e p sua distância ao foco. Enquanto que y’ é o tamanho da imagem e p’ sua distância ao foco. Veja as equações do aumento linear transversal abaixo:
o é equivalente ao y e i equivalente ao y’. Substituindo:
Sabendo disso podemos substituir na equação de Gauss:
R- C
09 – É um exercício que relaciona efeito Doppler com ondas harmônicas.
Efeito Doppler:
Para trabalharmos nos tubos sonoros precisamos encontrar a frequência aparente que chega aos tubos. Substituindo na equação acima velocidade do som V = 320 m/s; velocidade do observador (censor) Vo = 80 m/s; velocidade da fonte, nula pelo enunciado Vf = 0 e a frequência real da fonte f = 100 Hz:
Calculando fa = 100x(400/320) = 400×1,25 fa = 125 Hz (frequência aparente, recebida pelos tubos).
Agora que sabemos a frequência aparente podemos analisar o que ocorre com os tubos.
Primeiro vamos calcular o comprimento da onda da onda que está chegando aos tubos com frequência fa = 125 Hz e se propagando com velocidade fornecida de V = 320 m/s, utilizando a equação fundamental da ondulatória:
Isolando o comprimento de onda = = = m. (comprimento de onda das ondas que chegam aos tubos sonoros)
Abaixo temos as expressões matemáticas dos diversos harmônicos fornecidos por tubos fechados numa extremidade:
Sendo: o comprimento de onda dos n harmônicos; L o comprimento de cada tubo; n o número de harmônicos; fn a frequência de n harmônicos e V a velocidade da onda
Como se trata de tubos fechados, os mesmos só possuem harmônicos ímpares com n = 1, 3 e 5.
R- A
10 – Para resolver esse exercício precisamos observar bem a imagem:
Vamos observar as prolongações do campo mostradas na figura a seguir:
A seta vermelha representa o campo gerado pela carga 2, enquanto que a seta verde representa o campo gerado pelo carga 1. Como sabemos o campo aponta para a direação da carga quando ela é negativa, ou seja, q1 é negativa. Podemos observar que isso é verdade porque sabemos que q2 é positiva e seu campo está apontado na direção contrária da carga. Como a carga 1 é negativa, então a soma q1 + q2 < Q (q2 = Q, como q1 é negativo só é possível que a soma seja menor que Q). Alternativa D.
11 – OBS: Para esse exercício é necessário saber derivar, então se você deseja AFA é melhor procurar algumas aulas de cálculo, não precisa ser nada avançado, em algumas escolas e cursinhos essas aulas são até oferecidas como extensão e tal, mas vou explicar a resolução e a derivada abaixo.
Vamos agora ao exercício. Precisamos utilizar uma variação da Lei de Biot-Savart:
É normal a maioria das pessoas ainda não saberem o que seria esses d na equação, eles aparecem quando se quer dizer que ali se tem uma derivada. A derivada está presente em toda a física e já foi até trabalhada nas suas aulas, mas de um jeito sutil. Toda equação da velocidade, variação da velocidade pela variação do tempo é uma derivada também, só trocam o delta por d, para indicar que é uma variação muito pequena de tempo. Enfim, vamos resolver essa derivada:
12 – Essa descarga entre a nuvem (cargas negativas) e o solo (cargas positivas) através do ar (dielétrico) que, devido à elevada ddp U entre as nuvens e o solo se transforma em condutor, tem o mesmo comportamento elétrico que o de um capacitor de capacidade C = Q/U.
Supondo essa capacidade constante, o gráfico UxQ está representado abaixo:
Mas observe que não temos a diferença de potencial. Então vamos encontrá-la. O enunciado informa que temos um campo elétrico uniforme:
Substituindo U = E.d em Ep = Q.U/d Ep =
Q carga elétrica transportada Q = 2.102 C.
E intensidade do campo elétrico entre a base da nuvem e o solo E = 5.106 V/m.
d distância entre a base da nuvem e o solo d = 500 m.
Substituindo esses valores em Ep = Ep = = 2500.108 Ep = J.
R- C
13 – Abaixo, do lado direito está a representação simbólica do circuito elétrico fornecido:
Cálculo da intensidade da corrente elétric i que o gerador fornece ao circuito externo, utilizando a equação do gerador:
Observe que, quando a altura da boia é máxima a resistência do reostato (R2, que varia de 0 a 4 ) é máxima também, ou seja, quando a altura é 4m a resistência é 4 .
Sendo assim, quando a resistência é 1 a altura é de 1 m, o que ocorre quando a ddp do voltímetro é 9 V.
Agora que sabemos a altura (h = 1 m) podemos também calcular o volume (V’) pedido que corresponda a essa altura.. Observe que a capacidade máxima é de 20 m³ que é atingida quando a água está com 4 m de altura, podemos calcular o volume pela regra de três abaixo:
R- D
14 –
Teoria:
O fóton, como qualquer partícula, possui certa energia (W), e a relação energia (W) e frequência (f), é proporcional e está relacionada por uma constante, a constante de Planck (h).
Observações:
elétron-volt (eV) e joule (J) são unidades de energia e a relação entre elas é 1 eV = 1,6.10-19 J.
A equação W = h.f é usada para calcular a energia de um fóton quando é dada a frequência.
Nessa equação a energia W é calculada em joule (J )quando o valor de h é substituído por h = 6,63.
10-34 J.s e, em elétron-volt (eV) quando a constante de Planck h é substituída por h = 4,14.10-15 eV.
A velocidade de uma onda (partícula, fóton) é calculada por v = c = λf isolando a frequência f = v/λ e substituindo na equação da energia (W = hf) você irá encontrar uma nova expressão para o cálculo da energia (W)em função do comprimento de onda (λ).
São dados: constante de Planck h = 6,6.10-34 J.s velocidade da luz (ou de qualquer radiação eletromagnética no vácuo e no ar) c = 3.108 m/s comprimento de onda valores variando de mínimo min = 750 nm e máximo máx = 1000 µm.
Nenhuma alternativa.